O Benemérito Dr. Germano Melchert
(Germano Frederico Eduardo Melchert)
e as Epidemias de Febre Amarela em Campinas, S.P. Brasil
Glória Melchert
as epidemias de febre amarela, ocorridas em
Campinas, S. P. - Brasil; constando importantes informações sobre os também beneméritos Dr. Costa Aguiar e Dr. Ângelo
Simões.
Tem como objetivo, inclusive, fazer retificações sobre um trabalho de Valquíria Maria Augusti a respeito da trajetória políticadesse ilustre cidadão.
“... e não existe amor maior do que o daquele que dá a vida pelo seu próximo...” “Jesus de Nazaré”.
No final do século XlX, em Campinas, houve várias epidemias de febre amarela mas a mais grave foi no ano de 1889 quando o êxodo ocorrido na região foi verdadeiramente impressionante.
As famílias de posses se retiraram para outros locais não afetados por essa terrível epidemia permanecendo junto ao perigo apenas os menos favorecidos ou aqueles que por obrigação inadiável teriam que continuar em lugar tão perigoso.
O livro "A cidade de Campinas em 1900" cita, sobre a mais terrível epidemia de febre amarela:
Pg: 39- "Os annos de 1879-1880 estão vinculados, em nossa vida social, à maxima expansão do commercio. Nunca, antes ou depois, attingiu esta classe tão alto gráu de prosperidade...era citado como symbolo da seriedade...continuou até o anno lugubre de 1889, quando estalou aqui o raio da mais horrivel epidemia...".
Foi nessa época tão sombria que o benemérito Dr. Melchert mostrou, em sua plenitude, seu valor. (assim como os outros dois médicos.)
Dos 23 médicos que em Campinas residiam apenas 3 (três) ficaram, durante todo o tempo, inclusive no chamado “mês do terror (abril de 1889)”, lutando heroicamente sem qualquer remuneração já que em Campinas só ficaram as famílias menos favorecidas economicamente.
Os nossos grandes beneméritos foram: Dr.Ângelo Jacinto Simões, Dr.João Guilherme Costa Aguiar e Dr.Germano Melchert. Este último deixava juntamente com as prescrições, dinheiro para os medicamentos e alimentação das famílias visitadas.
Dr. Melchert foi contaminado pela febre amarela e tratado pelo delegado de higiene. Mesmo com sua saúde comprometida, continuou tratando incansavelmente os amarelentos e ajudando em tudo o que era possível, inclusive removendo cadáveres.
No livro “Registro Histórico da Real Sociedade Portuguêsa de Beneficência 1873-1960” consta: (sobre a epidemia de febre amarela de 1889)
Pg. 93 - “Marcou o ano de 1889 pungente tragédia na história de Campinas: luto, dor, desespêro, foram pontos comuns nos lares, nas ruas, em tôda parte, envolvendo nos mais dolorosos momentos a população da então florescente cidade de Barreto Leme”
A cidade era cortada por dois insignificantes cursos d’água: o denominado Tanquinho que se juntava com um outro córrego denominado do Serafin e ambos tiveram, nas suas águas e poças estagnadas de suas margens e no ar infectado, o centro proliferador do famigerado estegomia, o pernilongo traiçoeiro, veículo da contaminação que causou a terrível epidemia de febre amarela. (informação obtida no livro supracitado)
Pg. 94 - “Nesse quadro sombrio, de sempterna tristeza, viveu a cidade dias de agonia e desolação; a calamidade pública igualava a todos perante a dor e a desgraça.”
Pg. 97- “O Sr. José Paulino Nogueira telegrafou ontem ao presidente da província pedindo auxílio de médicos, visto que alguns que estavam prestando serviços retiraram-se e outros estão fatigadíssimos. Os que atualmente estão na cidade não podem atender a todos os chamados.”
O Sr. José Paulino Nogueira foi vereador de 1887 a 1890 e intendente municipal de 1892 a 1895.
O Retrato a óleo, em tamanho natural, foi feito em homenagem ao benemérito Dr. Germano Melchert e está no salão nobre do hospital Beneficência Portuguesa de Campinas.
Nesse salão existe um livro com pequena biografia desse ilustre médico, assim como dos personagens que foram fundadores ou beneméritos desse hospital e que também têm seus Retratos nesse salão.
: “A Febre Amarela em Campinas” de autoria do Dr. Lycurgo de Castro Santos Filho.
Na pg. 72- consta a lista de 21 médicos que em Campinas residiam naquela época, porém, apenas os 3 que permaneceram no “mês do terror” serão citados neste trabalho.
Pgs. 72 e 73- “Excluindo Bráulio Gomes, 20 médicos exerciam a clínica em Campinas quando eclodiu e se manifestou a epidemia de 1889. Ângelo Simões, em seu livro sobre a febre amarela, escreveu que os médicos eram vinte e três, mas não citou os nomes. Estaria equivocado”.Olga Melchert, filha do benemérito Dr. Melchert, também afirmou serem 23 os médicos residentes em Campinas na época das epidemias de febre amarela. Sendo Olga Melchert filha e o benemérito Dr. Ângelo Simões colega do Dr. Melchert podemos acreditar que realmente eram 23 os médicos residentes em Campinas quando se manifestou a epidemia de 1889.
“Sobre Dr. João Guilherme Costa Aguiar”
Nas pgs. 77 e 78 consta que Dr. João Guilherme Costa Aguiar, levou para fora a família e morreu de febre amarela contraída quando atendia aos pacientes da epidemia de1889.
Trechos de carta escrita por ele para a família: “Continuamos a lutar com o dragão que ameaça devorar a população desta cidade. Creio que das pessoas que não puderam sair, raras serão as que escapem da ação terrível do contágio. O número de médicos está muito reduzido; mas hei de ser dos últimos a sair”. Em trecho de outramissiva escreveu: “Hoje vi poucos doentes relativamente; 62 até esta hora (3 da tarde), ao passo que tem havido dias de ver 90, e não mais por fadiga”. “Admira que numa cidade despovoada, como está Campinas, onde custa ver-se uma casa aberta, a peste ache pasto abundante para fazer 30 vítimas como ontem, e 50 como anteontem.” “Quando nos deitamos, procurando um repouso para o corpo e para o espírito, debalde tentamos conciliar o sono; o gemido dos que lutam ainda, o arquejar dos moribundos, nos fazem como que uma obsessão. Parece que em cada um desses acentos lúgubres da vítima fala uma voz repetindo, em todos os tons, a miséria da nossa ciência, senão a inépcia com que a exercemos. Deus de misericórdia! Tende piedade de nós!”. Trechos reproduzidos pelo médico Cesário Mota Júnior (1847 – 1897).
Pg.77- “Costa Aguiar trabalhou intensamente e gratuitamente como os demais colegas da cidade”.
A Câmara Municipal concedeu-lhe posteriormente a Medalha de Gratidão e aprovou a substituição do nome de rua da Constituição para rua Dr. Costa Aguiar.
João Guilherme Costa Aguiar nasceu em Itu em 11/6/1856 e faleceu em 19/5/1889.
“Sobre Ângelo Jacinto Simões”
Na pg. 81- “não se ausentou por um só dia da cidade, a exemplo dos outros dois médicos, Germano Melchert e João Guilherme Costa Aguiar”.
Pgs.82 e 83 - “Incansável, infatigável, ele foi, como também o foram Germano Melchert e Costa Aguiar, o obreiro silencioso que não deixou de trabalhar um só dia por todo o período da epidemias”... “Bem que Ângelo Simões poderia ter se retirado da cidade por motivo relevante, qual seja o falecimento de sua filhinha. Não o fez. Disse ele ter sido a “causa-mortis” “acesso pernicioso de forma convulsiva ”e não febre amarela, como haviam publicado”.
Ângelo Simões publicou um livro “Tratamento da Febre Amarela pela Água Clorada” -Tipografia de Bersnard Fréres, Rio de Janeiro 1897. Segundo ele “que de 23 clínicos residentes na cidade, apenas 3 nela restaram em abril, ele, Germano Melchert e Costa Aguiar”.
Pg.83- “Suicidou-se, e são ignorados os pormenores”. Recebeu a Medalha de Gratidão assim como outras importantes homenagens, por seus trabalhos e dedicação, em 21/7/1889.
Pg. 84 - “De gênio forte, as vezes irascível, granjeou inimizades, de onde somente em 1931 um logradouro da cidade, no bairro Ponte Preta, ser denominado avenida Ângelo Simões”.
O ilustre benemérito, que tanto lutou durante as epidemias de febre amarela, nasceu no Rio de Janeiro em 2/10/1860 e morreu em Campinas em 20/10/1907.
“Sobre Dr. Germano Melchert”
Assim como Dr. Costa Aguiar,o benemérito Dr. Melchert também enviou sua família para fora (Vevey, Suíça) ficando só na árdua luta contra a epidemia de febre amarela de 1889.
Fotocópias enviadas pelo departamento do Arquivo Municipal
de Vevey
Págs. 89 e 90- “Este combativo médico alemão foi um dos três que não se ausentaram da cidade um dia sequer. No cartório da Conceição está registrado um atestado de óbito por ele firmado a 10 de fevereiro, o da moça suíça Rosa Beck, a primeira infortunada vítima da epidemia de 1889”. (o que indica ter sido ele quem detectou a epidemia)
“A sua constante presença foi referida, melhor, foi confirmada por Ângelo Simões em seu opúsculo. (atrás citado)”.
“Andejo como o seu colega, o visconde de São Valentim, (pg. 81- o qual foi a figura exponencial da medicina em Campinas na década de 1870) Melchert locomoveu-se bastante e clinicou em diversos lugares. Germano Frederico Eduardo Melchert, que esse era seu nome completo, nasceu em ... Clinicou em Porto Feliz, Constituição (atual Piracicaba) onde se achava em 1873.... Estabeleceu-se em Campinas em 1874, montou uma casa de saúde e dedicou-se a partos e operações, notadamente dos olhos. Foi juiz municipal, suplente de delegado de polícia, capitão cirurgião mor da Guarda Nacional, membro do Conselho de Intendentes (1891) e vereador na primeira Câmara do regime republicano (1892-95)”.
Pgs. 89e 90- “A Gazeta de Campinas de 29/7/1882 publicou um edital de leilão em hasta pública de uma ‘casa e o terreno da Rua Constituição (atual Costa Aguiar), pertencentes ao Dr. Germano Melchert, e sua mulher, em execução que lhe movem E. Adamzick & Cia., os quais se acham avaliados pela quantia de 16 contos de réis (uma boa soma para a época!)’. Como era de temperamento exaltado, essa questão deve ter resultado de alguma quizila... E nem por isso ficou sem recursos, porquanto em 1886 viajou para Viena d’Áustria, e lá na bela capital residiu até fim de 1887, quando voltou a Campinas. Em 1889, ano da primeira epidemia de febre amarela, ingressou no corpo clínico do Hospital da Beneficência Portuguesa e ali sempre atuou.”
“Depois da primeira epidemia de 1889, foi homenageado em Campinas com a Medalha de Gratidão da Câmara Municipal e com uma grande manifestação popular, quando lhe foram ofertados um jarro e uma bacia de prata obtidos em subscrição entre amigos (fatos descritos por Olga Melchert em seu pequeno relato sobre seu pai).
Esteve presente nas epidemias de 1890 e 1896 e após esta última viajou para a Europa, de onde regressou em 1898. Ficou em Campinas até 1903, mudando-se nesse ano para Santos onde viria a falecer em 1921.
Uma das ruas da cidade de Campinas, no bairro Vila Nova, recebeu o seu nome: rua Dr. Melchert.”
Em Santos, no bairro Embaré, também existe uma rua com o nome do benemérito Dr. Germano Melchert, assim como uma Avenida em São Paulo.
Embora no livro do Dr. Lycurgo não conste muitos óbitos lavrados por Dr. Melchert nos cartórios podemos crer que, sendo uma pessoa pragmática, acreditava ele ser mais importante atender o maior número possível de doentes do que dispor parte de seu precioso tempo com idas a cartórios. No próprio livro do Dr. Lycurgo esse pensamento pode ser confirmado quando sita: “...e com uma grande manifestação popular....” ( na pg. 90 como supracitado).
As lágrimas da medalha simbolizam o sofrimento e as lágrimas derramadas pelo povo durante a epidemia de febre amarela de 1889.
Segundo breve biografia escrita por Olga Melchert filha de Dr. Germano Melchert.
“... O Dr. Melchert ia de casa em casa para socorrer a pobreza. Entrava de porta adentro, examinava o doente ou os doentes e debaixo da receita deixava uma importância para a compra não só do medicamento como também para a alimentação da família necessitada. Providenciava a remoção de cadáveres, pois numa feita ao querer abrir a porta de um casebre, encontrou resistência: era um cadáver que estava atravessado na soleira da porta...
O que fez pela pobreza de Campinas foi recompensado pelo que diziam: “ Deus no céu e Dr. Germano Melchert na terra”.
Em 1.903 deixou Campinas para ir residir em Santos onde procurou melhoras para sua saúde visto que o clima lhe ser mais favorável.
Em Santos clinicou por mais dezoito anos, sempre procedendo com a mesma solicitude sobretudo quando se tratava de um cliente pobre.”
A família do benemérito Dr. Melchert veio para o Brasil por motivos políticos, ou seja, as constantes guerras com a Dinamarca que tentava tomar aquele condado. Holstein passou a pertencer à Dinamarca de 1850 a 1864, embora seus habitantes fossem alemães ( prussianos).
O menino Germano desembarcou no porto de Santos, no dia 7 de Setembro de 1856, com seus pais e irmãos. Contava então 12 anos de idade e já demonstrava grande inclinação para a medicina; como era de família de Cavalheiros “Ritter” a tradição impunha que o primogênito seguisse as atividades do pai, que era de linhagem de médicos. Joaquim Theodoro Melchert, seu irmão, não possuía essa vocação e estando num país de costumes totalmente diferentes não obedeceu ao pai, seguiu sua aptidão e estudou agrimensura.
Germano, não tendo o apoio paterno para seguir sua vocação, transferiu-se de Piracicaba onde a família se estabeleceu, para São Paulo, ingressando como auxiliar de farmácia na “Veado de Ouro” e aos 15 anos de idade embarcava, com seus próprios recursos, para a Alemanha a fim de completar seus estudos e realizar seu sonho.
Tendo seu bisavô feito um “Monte Pio” que proporcionava formação acadêmica até a 5º geração, o jovem Germano pode realizar seu objetivo mostrando sua determinação. (algumas informações obtidas pelo pequeno histórico de Olga Melchert e por memórias de infância da autora).
É válido citar que Dr. Melchert estava na Alemanha quando a França declarou guerra à Alemanha (a guerra Franco Prussiana) a qual foi vencida pela Alemanha. O então jovem médico não era obrigado a se alistar pois era naturalizado brasileiro; mesmo assim foi como médico voluntário e ao final da mesma, foi condecorado pelo Kaiser Guilherme I, por sua bravura e dedicação, com a medalha de bronze e a cruz de ferro.
Trata-se pois de um herói nacional e internacional!
Dr. Melchert descendia de nobres alemães, mas sua maior nobreza era a de seu caráter!
O objetivo deste trabalho foi mostrar quem realmente foi esse importantíssimo benemérito e corrigir tópicos da dissertação da pessoa citada no resumo inicial deste.
“Quem não tem a capacidade do sentimento de gratidão tem o sentimento oposto que é o da inveja e tenta denegrir no outro o que jamais conseguira ser”. (autor?)
A autora realizou um trabalho anterior, inqualificável, no qual em um determinado ponto escreveu que quem lhe forneceu documentos preciosos (tendo feito viagens para consegui-los) se casou com o próprio pai! A incoerência e a petulância de Valquiria chegou ao ponto de achincalhar com quem lhe ajudou e com os filhos da mesma o que revoltou a todos que o leram. Esse absurdo não foi publicado.
Abaixo as retificações sobre o trabalho publicado.
No site, a autora já coloca esse ilustre benemérito em situação comprometedora, sem explicar o contexto da época, sem citar o autor da matéria e sem comprovar a confiabilidade do que escreveu: “No diário de Campinas de 12 de outubro de 1890, Dr. Germano Melchert é relacionado como um dos “capitalistas” de 5º classe em débito com a Intendência Municipal....”
Questionada com veemência a respeito dessas injustiças, a autora disse que nada poderia fazer.
Não há indícios de que ele não tenha quitado a tal dívida caso contrário não poderia ter saído do país tantas vezes (como supracitado).
"Capitalista" é a pessoa que vive de seu capital e geralmente não tem uma profissão. Dr. Germano Melchert era médico e como tal é citado, por inúmeras vezes, no livro: "A CIDADE DE CAMPINAS EM 1900".
Nesse livro consta:
Pgs: 322 - 323 e 324 a lista dos "capitalistas" e consta o nome de Germano Hansen juntamente com todos os "capitalistas" da época. O NOME DO BENEMÉRITO DR. MELCHERT NÃO ESTÁ NESSA LISTA!
A autora deveria ter citado algo construtivo uma vez que dissertava sobre pessoa de tanto mérito!
Em 1890 o abnegado médico estava ocupadíssimo trabalhando, incansavelmente, na epidemia de febre amarela dessa data. Poderia, portanto, não ter tido tempo para quitar algum imposto, preferindo atender ao maior número de doentes possível! As vidas das pessoas eram, sem dúvida, mais importantes! Ver pg. 90 do livro “A Febre Amarela em Campinas” de autoria do Dr. Lycurgo de Castro Santos Filho (supracitado).
Pg. 3 de 9- A autora pergunta: “mas o que diz Olga Melchert sobre a participação de seu pai na política campineira?”- A ênfase é dada a sua participação como médico na cidade e região”.
Fácil explicar: vereador na época era cargo de honra não remunerado (o que a autora omitiu ou não sabia) e consciência social era qualidade dos homens de bem e capacidade que queriam o melhor para o local onde residiam, dispondo para isso de precioso tempo; e a grande admiração que Olga, assim como seus irmãos tinham pelo pai, era com relação sua abnegação, generosidade, caráter impecável, e sua grande capacidade de sacrifício e honra no cumprimento do dever.
Pg. 3 de 9- “Dr. Germano Melchert ...é eleito vereador na primeira Câmara do regime republicano 1892 a 1895...” Não foi explicado que era cargo de honra não remunerado. Verificar retificações abaixo, pg. 6 de 9 onde consta uma incoerência da autora a esse respeito.
Pg. 4 de 9- Concernente ao que foi citado sobre o Diário de Campinas...., seria necessário uma explicação correta dentro do contexto da época, pois história é uma ciência escrita baseada em documentações.
A autora disse ser o benemérito Dr. Melchert “capitalista de 5ª classe” Alguns indícios- (pessoa que empresta dinheiro, chamado atualmente de agiota)”...
Faz-se necessário explicar que a classificação dos capitalistas era feita de acordo com a fortuna de cada um, quanto maior a fortuna a classificação seria de “1º classe”, “2º classe” e assim por diante... e, quanto à palavra “agiota”, qualquer pessoa sabe que é aplicada àquele que vive às custas de quem está em grande dificuldade financeira; e é sabido, como supracitado, que o benemérito Dr. Melchert ficou tratando dos atingidos pela terrível febre amarela, arriscando sua vida, sem nada receber de honorários desde que em Campinas ficaram somente os muito pobres. Para esses, ele deixava juntamente com as prescrições, dinheiro para que pudessem comprar medicamentos e alimentos.
Quanto a chamar o abnegado benemérito médico de “agiota”, essa afirmação não é compatível com o histórico desse ilustre homem.
Artigos de almanaques, revistas e jornais para leigos não têm seus artigos analisados por “referees”, portanto não são obrigatoriamente comprováveis por não serem publicações científicas. (e podem ser matérias pagas que de qualquer modo ficam arquivadas, mesmo que desmentidas posteriormente, pela pessoa injustiçada ou por seus parentes e amigos.)
Para a história ser confiável, é preciso responsabilidade ao se fazer os levantamentos da mesma.
Pg. 4 de 9- A autora diz: “o capitalista” (mesmo de 5º classe) se achava numa situação privilegiada pelas relações que estabelecia com a elite campineira”. Podemos afirmar que, nesse contexto, o benemérito Dr. Melchert não teria sido aceito pela elite campineira e nem convidado a exercer cargos de honra. Ele foi por seu impecável caráter e mérito e com o reconhecimento do próprio Imperador D. Pedro II.
Generoso, culto, inteligente, alegre e extremamente competente Dr. Melchert, em princípio, era chamado como médico dessas famílias e depois “acolhido como amigo” pela elite campineira (embora pudesse ter angariado desafetos por suas atitudes políticas, como supracitado). Na mesma pg. Consta que esse grande benemérito era “filho de grande proprietário rural”. Faz-se necessário citar que seu pai, assim como seu avô, também eram médicos.
Como poderia Dr. Melchert viajar tanto, aprimorando sempre seus conhecimentos, e enviar alguns (as) de seus filhos (as) a Vevey, Suiça, a fim de lá estudarem, sendo “capitalista de 5º classe”? Se assim fosse, não teria condições para tanto!
Pg. 6 de 9- A autora, mostrando sua incoerência, diz ter Dr. Germano Melchert sido Intendente Municipal (cargo que nunca ocupou) no mesmo período em que foi vereador de 1892 a 1895 atividades totalmente incompatíveis para serem exercidas simultaneamente.
A autora em nenhum momento se referiu a importância desse grande homem como médico benemérito!!!
Notam-se incoerência e impropriedades em seu trabalho como por ex: no uso do termo “indivíduo” quando mais de uma vez se refere ao ilustre cidadão.
Nos dicionários Houaiss, Caldas Aulete e Aurélio, “indivíduo” significa, no sentido familiar, “homem anônimo, que não se nomeia por ser desprezível, reles, etc...”
A autora se apegou a pequenos e improváveis fatos para denegrir a imagem de um dos mais importantes personagens das páginas mais dolorosas da história de Campinas.
Ela não poderia publicar esse trabalho fazendo uso de meu nome e do nome de minha tia Olga sem antes mostrá-lo para mim e muito menos fazer uso do nome de meu ilustre avô denegrindo-o.
Provavelmente poucos homens fizeram tanto pelos filhos de Campinas como esses três médicos.
Com relação a trajetória política desse ilustre cidadão, embora incompleto, pois foi de Dr. Germano Melchert o 1° projeto de lei para coleta de lixo da cidade de Campinas, o trabalho da autora supracitada vale ser lido e confirma a integridade desse Benemérito também na área política.
A tradução do resumo de Valquíria para o inglês está incorreta.
Meus agradecimentos:
A Nena Melchert Teixeira da Silva, que me presenteou com uma fotografia original de nosso avô, um lindo medalhão com pintura de nossa avó, além de me emprestar inúmeros documentos originais relativos aos mesmos, dos quais pude tirar cópias xerox.
A Joana Tonon, chefe do setor de pesquisa e divulgação do Arquivo Municipal de Campinas, que muito gentilmente me indicou o livro “A Febre Amarela em Campinas”, de autoria do Dr. Lycurgo de Castro Santos Filho, prontamente xerocou páginas do mesmo de muita importância para este trabalho e me ajudou com importantes informações.
Ao Sr. Ariovaldo dos Santos, que fotografou o Retrato do Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa, a medalha das lágrimas e o retrato do medalhão de Anna Elisa Melchert.
A Marpolaine Guisan, do Arquivo Municipal de Vevey, que estava ausente quando estive lá, em 1998, mas logo que retornou me enviou fotocópias dos documentos relacionados com a estadia da Sra. Melchert naquela cidade (na época, vila).
Ao Sr. José Santos Franchin, Diretor de Patrimônio do hospital supracitado, que gentilmente abriu as portas do Salão Nobre do mesmo para que o Sr. Ariovaldo fotografasse o Retrato.
Ao Sr. Adair José Pedro, 1° vice-presidente da diretoria executiva do Hospital Beneficência Portuguesa, que me agraciou com o livro “Registro Histórico da Real Sociedade Portuguêsa de Beneficência”.
A minha amiga Carmem Nohemia Próspero de Paula que me emprestou o livro "A cidade de Campinas em 1900" (uma verdadeira relíquia).
A minha amiga Dorcidis Pereira Damaceno que me deu muito apoio durante este trabalho.
A Gabriela Schweizer que gentilmente fotografou a Villa Bergère em Vevey, Suíça, em 2007.
A Silvana Sabatin Billo, assistente de diretoria do hospital Irmãos Penteado, antiga Santa Casa de Misericórdia, que me ajudou a procurar, embora sem sucesso, fotografias ou retratos a óleo do Dr. Ângelo Simões e do Dr. Costa Aguiar.
Dedico este trabalho em memória de meu filho André, de meu pai Hans (13° filho do Dr. Germano), e do tio e tias que tive o privilégio de conhecer e com eles ter estreita convivência. Elfriede Brunhild, Alberto, Olga Libânia e Mena Andréa, pessoas da maior bondade e generosidade, que guardaram com muito cuidado e carinho os documentos de seu pai (posteriormente guardados por Nena, filha de Mena Andréa).
E em consideração ao meu filho Luis que é cientista.
Meu pai e filho também foram beneméritos, meu pai propiciando a incontáveis pessoas escolaridade em Sto. André S.P e propiciando condições de vida melhor para inúmeras pessoas em Serra Negra S.P. Brasil; e meu filho, que em sua tão breve vida, ajudou e salvou muitos índios em Roraima levando a eles medicamentos de que necessitavam. (ver Hans Melchert e André Melchert F. S.)
Referências
Registro Histórico da Real Sociedade Portuguêsa de Beneficência.
A Febre Amarela em Campinas – Dr. Santos Filho Lycurgo de Castro e o memorialista Sr.Novais José Nogueira.
Dr. Germano Melchert – Melchert Olga.
A Cidade de Campinas em 1900 - T Y P. a Vapor "Livro Azul"- Castro Mendes e irmão - 1889 - Organisado por Amaral Leopoldo (ortografia da época).
Campinas, 18 de Agosto de 2006.
Glória Melchert, neta do Dr. Melchert.
The Epidemics of Yellow Fever in Campinas, S. P. Brasil
And The Meritorious Dr. Melchert – born – Hermann Friedrich Eduard Melchert
ABSTRACT: This work is about the meritorious Dr. Melchert’s activities as a physician during the terrible epidemics; he was also a very important person as a politician of the place.
In those terrible days the wealthy families moved away to other places and in Campinas remained only the very poor ones. According to a book written by Dr. Ângelo Simões, there were 23 physicians but only three (3) stayed in town every single day, including during the “month of terror-April 1889”. It would be unfair not to mention the other two physicians.
They were: Dr. Ângelo Simões and Dr. Costa Aguiar.
Dr. Germano Melchert – born in 2/1/1844. Died in 5/6/1921. He got the fever, and cured continued working until the end of the epidemics.
Dr. Melchert, as his meritorious colleagues, worked with intensity and exhaustion (with no remuneration), until the end of those tragic days.
There is a work about his political trajectory, but many corrections had to be made.
Campinas, 18 de Agosto de 2006.
Glória Melchert, Dr. Melchert’s granddaughter.
Complementações e modificações feitas em Agosto de 2007.
Complementando sobre Dr. Germano Melchert.
Estive alguns dias na Alemanha, em Kiel, em setembro de 2011.
Cidade que por ser um porto muito importante foi totalmente destruída, por duas vezes, durante as Guerras.
Meu objetivo era conhecer a terra de meus ancestrais, Flemhude, que fica muito perto, uns 15’ de automóvel.
Para minha surpresa conheci a encantadora vila que parecia ter parado no tempo!
Conversando com um senhor, de uns 90 anos, ele mostrou-me e casa onde nasceu sua avó...
Embora quatro pessoas tivessem me ajudado fiquei bastante frustrada por não conseguir acrescentar nada ao que já sabia.
Chegando ao Brasil tive enorme e muito grata surpresa!
Um historiador alemão, que queria escrever um artigo sobre meu ilustre avô, encontrou meu blog e enviou-me um e-mail com anexo.
A casa onde nasceu meu avô em 1844!!!
Dear Senhora Gloria,
I came across your very interesting page "tres notaveis melchert". I am specially interested in Germano Melchert. I am historian by profession and live in Holstein in Germany. I know the village Flemhude very well, I´ve been baptized in the old church of the village the same church Germano Melchert has been baptized in 1844.
The census of 1845 mentions the Melchert family and even the house where the family lived is specified. It still exists and I am attaching a picture.
As I myself would like to write an essay about Germano Melchert for the local newspaper I am interested in more information especially on his early life, reasons for emigration, life an career of his father etc. Please let me know if there would be a copy of the biography by olga melchert obtainable.
Yous sincerely
Karsten Doelger.
Dear Senhora Gloria,
I came across your very interesting page "tres notaveis melchert". I am specially interested in Germano Melchert. I am historian by profession and live in Holstein in Germany. I know the village Flemhude very well, I´ve been baptized in the old church of the village the same church Germano Melchert has been baptized in 1844.
The census of 1845 mentions the Melchert family and even the house where the family lived is specified. It still exists and I am attaching a picture.
As I myself would like to write an essay about Germano Melchert for the local newspaper I am interested in more information especially on his early life, reasons for emigration, life an career of his father etc. Please let me know if there would be a copy of the biography by olga melchert obtainable.
Yous sincerely
Karsten Doelger.
Essa mesma pessoa esclareceu-me sobre muitas coisas históricas entre a União Alemã (Alemanha ainda era composta de Condados) e a Dinamarca enviando-me outros anexos.
.jpg)
A primeira fotografia feita (pelo que entendi em 1880) da igreja Luterana, onde meu avô e ele foram batizados e uma foto aérea de 1958 da casa.
Meu agradecimento ao Professor Dr. Karsten Doelger que enviou-me as preciosas fotografias.
Coloco abaixo foto tirada por mim sem saber que era a casa em que meu avô nasceu.
(Infelizmente a foto não saiu boa devido a eu te-la tirado pela janela do carro em movimento)
Campinas, 30 de Dezembro de 2011.
Glória Melchert.
Observação: quando estive na terra de meus ancestrais, em inicio de junho de 2012, constatei, com a ajuda do Dr. Doelger, que o nome do irmão de Dr. Germano era Philipp Christian Wilhelm Melchert. Por indicação de uma provável parente distante acreditei ser o que consta acima.
Continuarei a partir de 2012... Voltando longe em tempo; da 1ª guerra mundial, segundo um historiador brasileiro, e quando tive a oportunidade de conhecer, na Alemanha, "a casa" onde meu ilustre avô nasceu, a Igreja Luterana onde foi batizado e a Igreja onde um ancestral, Peter Callsen, tocava órgão em meados de 1700, tudo autentico!!!
Incrível, numa Alemanha que foi quase que totalmente destruída nas guerras mundiais, originadas pelo pós guerra Franco Prussiana, declarada e perdida pela França.
INJUSTIÇAS ACONTECEM, SEMPRE, MAS COISAS MAGICAS TAMBÉM!
www.novomilenio.inf.br/santos/calixt18.htm
Entre as vítimas, em Santos, os outros “feridos”...
Trechos tirados do trabalho do historiador Haroldo L. Camargo.
“ ... O Brasil não precisa violentar homens pacíficos e
indefesos, atentando injustamente contra pessoas ou
propriedades...”. Cardeal Arcoverde, Correio Paulistano, 12/11/1917.
“ ... O Brasil não precisa violentar homens pacíficos e
indefesos, atentando injustamente contra pessoas ou
propriedades...”. Cardeal Arcoverde, Correio Paulistano, 12/11/1917.
(Observação: Costumo dizer que em tempos de calamidade, guerras,
epidemias, tragédias climáticas etc. as pessoas mostram seu “melhor” ou “sua
crueldade e oportunismo” Dr. Germano, assim como outros, mostraram seu “melhor”
durante as epidemias de febre amarela em Campinas e em outras ocasiões).
E entre os atiradores dos agrupamentos paramilitares, em número que traduziria idealmente uma proporção possível de 20% de homens de ascendência germânica local, estava Hans Melchert, participante das manifestações de apoio aos aliados e desagravo contra os ataques alemães aos navios brasileiros, e cujo pai, durante o três de novembro, evitara a invasão da própria casa acenando com uma bandeira brasileira de uma das janela.
E entre os atiradores dos agrupamentos paramilitares, em número que traduziria idealmente uma proporção possível de 20% de homens de ascendência germânica local, estava Hans Melchert, participante das manifestações de apoio aos aliados e desagravo contra os ataques alemães aos navios brasileiros, e cujo pai, durante o três de novembro, evitara a invasão da própria casa acenando com uma bandeira brasileira de uma das janela.
(Observação: Não foi somente a bandeira desfraldada na janela, bandeira essa
que provavelmente foi levada, as pressas, por amigos ou parentes que salvaram a
família do Dr. Melchert. Seu filho Hans, irmão e irmãs nunca falaram a
respeito de injustiças, guerras, ou coisas que assustassem as crianças da
família, mesmo assim foi do conhecimento da autora deste relato, quando ainda
criança, que houve grande manifestação entre os depredadores e os clientes,
amigos e admiradores de Dr. Germano Melchert o que ajudou a impedir
tamanha injustiça. A intenção de depredar a residência de um Benemérito
que arriscou, incontáveis vezes, sua vida para tentar salvar vidas de pessoas
que nem conhecia e inteiramente sem interesse financeiro, pois eram pessoas
muito pobres. (verificar em: Dr. Germano Melchert em “Três Notáveis
Melchert”). Houve feridos, os quais foram tratados, indiscriminadamente, por
quem teria sido violentado).
Mas nem tudo se resolve facilmente
Outro que teve o negócio depredado, o fotógrafo Eckmann, era
brasileiro nato e, aproveita a oportunidade para comunicar seu endereço
provisório, pois o estúdio fora completamente destruído “pela exaltação
popular”.
(Outra observação: no mesmo trabalho, o historiador cita um
comerciante que estendeu uma bandeira do Brasil no chão da porta de seu
estabelecimento a qual foi pisoteada pelos vândalos oportunistas.)
Não seria demasiado acrescentar que a penalização cai com força redobrada sobre pequenos proprietários, sem grandes condições de manobra para evitar maiores danos sobre suas empresas.
Não seria demasiado acrescentar que a penalização cai com força redobrada sobre pequenos proprietários, sem grandes condições de manobra para evitar maiores danos sobre suas empresas.
Curiosamente, porém, se é que o termo pode ser usado em tais
circunstâncias, tudo leva a crer que não são os alemães natos, em sua grande
maioria convocados e efetivamente na Europa vivendo a guerra, sobre quem recai
a fúria da vingança que o cataclismo trazia consigo. São justamente os cidadãos
brasileiros de origem germânica, os teuto-brasileiros que, fiéis ou
indiferentes à Alemanha, recebem sobre si todo o peso e o ônus da prova de
fidelidade ao país de nascimento.
A documentação oficial e as informações que do assunto se pode
obter da imprensa, ainda que a interpretação possa, num certo viés, aferir nas
entrelinhas outros dados, é impotente para traduzir os dramas individuais e
familiares que estão por trás dos bastidores, ainda que haja um esforço para
enxergar entre as coxias.
por Haroldo L. Camargo
Observações por Gloria Melchert.
09/02/20014.
CONTINUANDO...
Alguns jornalistas publicaram, por varias vezes, tanto em Campinas como em Santos, artigos sobre médicos ilustres.
Dr. Germano sempre foi citado com muito respeito e admiração.
Artigo publicado em 1960 em A Tribuna, Santos.
Algumas vezes tivemos artigos em Campinas, mas não os publicarei...
O ultimo foi ha pouco tempo e parecia ser copiado de meu blog, mas entrando em contato com a autora ela negou.
COISAS MAGICAS DA ÉPOCA DA INTERNET!
NA ALEMANHA, UM PROF. DR. EM HISTÓRIA ENCONTROU-ME AQUI NO BRASIL!
TEVE ENTÃO NOTÍCIAS DO MENINO QUE SAIU DE FLEMHUDE E TORNOU-SE UM NOTÁVEL HOMEM!
TENDO DECIDIDO ESCREVER UMA MATÉRIA SOBRE O ILUSTRE MÉDICO, PROCUROU-ME.
Depois de muitas trocas de e-mails Pr. Dr. Karsten Doelger publicou sua crônica que foi lida com muito interesse e apreciada pelas pessoas da região.
Colocarei alguns E-mails: o a seguir já foi colocado acima.
C:\Users\Gloria\Documents\cronica, artigo traduções\DSC01486.JPG
FINALMENTE NA ALEMANHA!
PLÖN (PLOEN)
Dia seguinte Karsten levou-me a um arquivo, onde colheu informações sobre meu tetra avô e outros
assuntos. Depois seguimos para Gettorf, para conhecer a igreja onde meu tetra avô, Peter Calsen, tocava órgão no século XVIII!!!!!!!!!!!
Gettorf e sua igreja. A torre um pouquinho torta!
Na placa a inscrição em alemão antigo: O diabo quis jogar essa pedra na igreja, mas Deus não deixou e só a torre ficou um pouquinho torta.
Grande surpresa! Aqui no Brasil pensamos que igrejas Luteranas não possuem imagens!!!
Depois de tantas emoções, caminhamos pela cidadezinha e fomos tomar um café...
FLEMHUDE!!!
Antes de irmos visitar a casa, a Sra Helga Reimer foi de Kiel para Flemhude abrir a igreja onde meu avô foi batizado. Que Sra. simpatica e gentil! Presenteou-me com a cruz de bronze, feita com o material que retiraram do telhado da igreja quando o mesmo foi consertado, nos anos de 1800 e com o pratinho de porcelana pintada.
Ao lado esquerdo o antigo e singelo Campanário. A direita outra imagem da igreja. A fachada estava coberta de hera e difícil de fotografar.
Lindo vitral (deve ser novo) e afresco em uma das paredes.
Homens feudais açoitando São Sebastião (?).
Ao lado com Helga no jardim da igreja.
O pratinho de porcelana pintado e
a cruz de bronze feita com o material
do telhado de quando teve que ser
trocado no século XIX.

Com Helga, ao fundo uma das casas da arborizada Flemhude.

Detalhe de anjinhos carregando a cruz para o alto como que querendo livrar Jesus de seu martírio. Muito lindo esse Altar!
Na hora marcada a visita feita para conhecermos a linda e famosa casa! Calcula-se que a mesma tenha sido construída em meados de 1600 e tem nome!
"Predigerwitwenhaus"
difícil tradução:"A casa da viúva do pastor".
Havia uma viúva de um Pastor. A casa foi oferecida para ser sua residência, mas a senhora nunca morou lá.
Que pessoas bonitas e simpáticas! Parecia que já as conhecia ha muito tempo!
A esquerda Patrick, Carolina,Tobias Ruth Martina Vogt, Karsten e Elizabeth.
Com casa ao fundo toda a família e Sra. Elizabeth Hildebrandt, que ofertou-me um livro que escreveu sobre Flemhude.

Depois do delicioso lanche caminhamos ao redor da casa que fica em enorme terreno.

Foto da casa que saiu em um calendário. Thorsten presenteou-me com ela! Que linda visita! Receberam-me com alegria e carinho! Ruth Martina Vogt,a mãe, Thorsten o pai, e os três filhos Tobias, Patrick e Carolina reservaram a tarde para ficarem comigo, Karsten e mais tarde o jornalista que entrevistou-me.

Fotos feitas do livro escrito por Elizabeth.
(observação: três idiomas; alemão, português,mas falamos em inglês... em certo lugar está escrito que no Brasil Hermann quis chamar Germano; naquela época faziam, obrigatoriamente, tradução dos nomes...)
EM KIEL

Fizemos uma caminhada pela cidade.
O importante porto de Kiel e a cidade que foi totalmente reconstruída!
Tão perto das cidadezinhas que visitei!
Canal de Kiel.
Tivemos nosso jantar apreciando os barcos e navios
passando.
No restaurante. Pedi para a bonita moça que nos atendeu fotografar. Os alemães, que são formais, devem ter achado graça...

Foi encantador!
Foi "mágico"!
Nunca imaginei que teria a sorte de encontrar todos esses lugares intactos depois da devastadora 2ª guerra mundial!
" Adorei os lugares, mas principalmente as pessoas!!!"
Demorei muito para incluir minha fantástica visita a esses lugares, mas como um amigo, Jorge Alves de Lima, escreveu dois volumes sobre Campinas onde, principalmente no 1º volume, meu avô teve bastante destaque arrumei tempo e coragem para tal.
Sou de antes da TV!!! Não é fácil para eu lidar com computador...colocar fotos, etc...
Muitas vezes o computador não me "obedece" e tudo muda de lugar sem meu comando, outras vezes faz o que quero sem que eu saiba por que...!!!
Meus agradecimentos a todos com quem tive contato nessa mágica viagem ao passado e a querida Esther que traduziu a Crônica e o Artigo!!!
Campinas, 29 de Janeiro de 2015.
Glória Melchert.
CONTINUANDO...
Alguns jornalistas publicaram, por varias vezes, tanto em Campinas como em Santos, artigos sobre médicos ilustres.
Dr. Germano sempre foi citado com muito respeito e admiração.
Artigo publicado em 1960 em A Tribuna, Santos.
Algumas vezes tivemos artigos em Campinas, mas não os publicarei...
O ultimo foi ha pouco tempo e parecia ser copiado de meu blog, mas entrando em contato com a autora ela negou.
COISAS MAGICAS DA ÉPOCA DA INTERNET!
NA ALEMANHA, UM PROF. DR. EM HISTÓRIA ENCONTROU-ME AQUI NO BRASIL!
TEVE ENTÃO NOTÍCIAS DO MENINO QUE SAIU DE FLEMHUDE E TORNOU-SE UM NOTÁVEL HOMEM!
TENDO DECIDIDO ESCREVER UMA MATÉRIA SOBRE O ILUSTRE MÉDICO, PROCUROU-ME.
Depois de muitas trocas de e-mails Pr. Dr. Karsten Doelger publicou sua crônica que foi lida com muito interesse e apreciada pelas pessoas da região.
Colocarei alguns E-mails: o a seguir já foi colocado acima.
Dear Senhora Gloria,
I came across your very interesting page
"tres notaveis melchert". I am specially interested in Germano
Melchert. I am historian by profession and live in Holstein in Germany. I know
the village Flemhude very well, I´ve been baptized in the old church of the
village the same church Germano Melchert has been baptized in 1844.
The census of 1845 mentions the Melchert
family and even the house where the family lived is specified. It still exists
and I am attaching a picture.
As I myself would like to write an essay
about Germano Melchert for the local newspaper I am interested in more
information especially on his early life, reasons for emigration, life an
career of his father etc. Please let me know if there would be a copy of the
biography by olga melchert obtainable.
Yous sincerely
Karsten Doelger
Karsten Doelger
An: k.doelger
Datum: 12.10.2011 06:34
Betreff: dr. Germano Melchert
Dear Mr. Karsten,
What a wonderful surprise receiving your e-mail!
I’ve been in Flemhude in September 27nth trying to discover something else about my ancestors.
Flemhude is lovely! It seemed to me that it has stopped in time, and so it is…
I had four persons that tried to help me, but I couldn’t find out anything else that I didn’t know… It was my fault, I should have taken with me the informations I already have.
I loved to receive the photograph of the house where my grandfather was born. Perhaps I saw it and didn’t take a picture… I was so surprised and happy that I put it in my blog without consulting you, but if you want I cam remove it.
I loved to receive the photograph of the house where my grandfather was born. Perhaps I saw it and didn’t take a picture… I was so surprised and happy that I put it in my blog without consulting you, but if you want I cam remove it.
Do you know who live in there? I fill like going back and get in contact with them as well as with you. It would be lovely, if possible, to see that home.
My best wishes,
Glória.
The Melchert Family in Flemhude
ABOUT YOU QUESTIONS…
My best wishes,
Glória.
Dear Mrs Gloria,
It is really regretable that we did not meet when you were visiting Flemhude. It would have been a great pleasure for me to show you around.
So, if you plan another trip to Flemhude please let me know.
The house is inhabited by a family Vogt, mother and daughter. I do not know them myself but I was informed that they are very amiable.
I attached some more information I collected which could be of interest for you.
I myself am especially interested in the circumstances of the immigration of the Melcherts to Brazil.
Best regards from
Karsten from Holstein
Anexo:The Melchert Family in Flemhude
Eduard Alberti,
Lexikon der Schleswig-Holstein-lauenburgischer und Eutinischen Schriftsteller
von 1829 bis Mitte 1866, Bd II, S. 39
„1353) Melchert, Hermann geb. in Altona, studirte Medicin,
promovirt in ihr 1834 in Kiel. De gastride chronica, Kiliae 1839.“ [Title and date of Hermann Melchert´s sen.
dissertation]
Baptizing Note
2. Januar 1844: Melchert, Hermann Friedrich
Eduard [= Germano]
getauft 8. April 1844 in Flemhude [baptized April 8th 1844 in
Flemhude]
des Doctors der Medzin Hermann Melchert in Flemhude und d Maria Catharina
geb. Callsen ehelicher Sohn [= parents]
Gev. [= Godfather] Eduard
Hirschfeld, Besitzer von Steinwehr [probably brother of
grandmother Philippine, a landowner of a large estate Steinwehr 10 km
west of
Flemhude]
Friederike Auguste Callsen aus Gettorf [probably
Aunt or grandmother]
Hermann Melchert Dr. Flemhude [father]
Volkszählung [Census]
1845, Gutsbezirk Quarnbek [Flemhude is a village in the large estate of
Quarnbek]
Flemhude im Prediger Witwenhaus [Name of the house they live
in, which still exists. So there is no doubt about the house]
househould Melchert
surname age pers. status place of birth status
Melchert Hermann 33 married geb in Altona Dr. Medicin
Callsen Maria 24 married geb in Gettorf seine Frau [his wife]
Melchert Wilhelmine 3 unmarried geb in Flemhude sein Kind [their child]
Melchert Hermann
2 unmarried geb in Flemhude sein Kind
Melchert Philippina 52 Widow geb. in Lauenburg des Drs Mutter [dr´s mother]
Wöhlk Anna 20 unmarried geb in Blickstedt Dienstmädchen [servant]
Wöhlk Magdalena 17 unm geb in Blickstedt Dienstmädchen
The House of the
Melchert family 1844
in 1708 the owner of the estate Quarnbek presented the so
called „Pfarrwitwenhaus“ to the church. The purpose was to have a place for the
widow of the pastor to live in, but never since 1708 there has been a widow who
moved to the „Pfarrwitwenhaus“. The Melchert family was not the owner of the
house.
Hermann Melchert sen. Probably had a contract with the owner
of the Quarnbek estate to take over the medical care of the inhabitants of the
estate and maybe of another estate in the neighbourhood. This seems to be likely
as is uncle, Wilhelm Hirschfeld - brother of Eduard Hirschfeld - was the owner
of the neighbouring estate Gross Nordsee.
The Hirschfeld family
Philippine Melchert née Hirschfeld born 1793 in Lauenburg,
died Aug 12th 1854 in Kiel
father: Christian Gottlob Hirschfeld (1738 - 1813) medical
doctor in Lauenburg/Elbe, since 1795 Postmeister in Altona
mother: Christina née Schäffer (1764 - 1808) [Christian
Gottlob Hirschfeld married three times]
brothers:
Wilhelm Hirschfeld (1795-1874) Landowner in Gross Nordsee,
near Flemhude
Eduard Hirschfeld (1798-1884) Landowner in Steinwehr, west
of Flemhude
Gustav Hirschfeld (1803- ?) Landowner in Cluvensiek, west of
Flemhude
Ernst Hirschfeld (1806 - ?) Landowner in Georgenthal, west
of Flemhude
they were seven brothers and sisters and there were
stepsister out of their fathers first marriage
In 1813 the family inherited a large fortune when the bankier Averhof in
Hamburg died so that the brothers were able to buy their above mentioned
estates
Wilhelm Hirschfeld was a popular politian at his time, who
took part in the political movement against Denmark 1848 until 1851, he has
been a member of the Holstein-paliament, and he wrote several books on
agriculture.
Dear Mr.
Karsten,
I was told,
and it is not difficult to believe, that the Melchert’s cause for their
immigration was that Austria had forced Prussia to give Holstein and another
place to Denmark in 1850.
Nobody
could know that the Prussians would get those places back in 1864.
I suppose
that the Melcherts came to Brasil in a good situation as my greatgrand father
was a physician.
Their names
were translated. Here they always did it to everybody. My great grand father,
who worked as a physician in Piracicaba, passed to be named as Dr. Hermano and
my grad father who was only 12 years old as Germano.
You can
read some more informations in my blog if you want to. It can be translated
into German by the computer.
I wonder
how you found me… Was by the Lutheran Church? I’ve been there while in Kiel.
Hope to
have been helpful and I hope to go again to Flemhude and see that lovely house!
Do you know
if there is a small hotel in there? I wasn’t able to find anything.
Perhaps I
can go next year…Then I’ll let you know.
Regards,
Glória.
Dear Gloria,
thank you very much for your mail. This
an very interesting argument. As far as I know migration research tells us that
many migrants chose the region by following relatives or friends. So this is
what I am thinking about.
During the last days I have been reading
a book about the 1850ties in Holstein. It must have been a very sad time so it
is quite understandable that those who optioned for Germany did not want to
live under danish rule.
Yes, I was thinking about documents for
my article about Germano Melchert. So it would be very kind, if you could send
me larger file of the portraits of your Grandfather and Greatgrandfather. Do
you keep photographs of the houses they lived in in Brazil? And would you mind
If I take the photo you sent of yourself just in front of the Flemhude Church?
So much for today, I hope you are doing
well.
Best wishes from snowy and cold Holstein
Karsten
Dear Dr. Karsten,
...........SORRY BUT I STILL DIDN’T FIND
MY AUNT OLGA'S WRITINGS AND OTHER
INFORMATIONS. MANY THINGS HAPPENED
SINCE I CAME BACK FROM MY TRIP AND
I DIDN’T HAVE TIME TO DO ALL I NEED
TO!
I HAVE SOME PHOTOS FROM AUNTS OF
NINE, AND OF MY FATHER WHEN HE WAS 2 YEARS OLD. THEY WERE MADE IN EUROPE
MORE THAN 100 AGO.
HAVING INTEREST LET ME KNOW.
Dear Dr. Karsten,.......
Olga Melchert, my aunt, was aged when she wrote about her father with the intention to let hers nephews to know who our grandfather great-grandfather, etc, was.
It’s not a book, only memories about her beloved father that was going to be forgotten by his descendents …
Dr. Lycurgo didn’t have written his book before she died, or she didn’t know about it.
Here in Brasil people forget easily the valuable persons. When I wrote that unpretentious Tres Notaveis Melchert I asked to physicians, lawyers, etc, if they knew who was Costa Aguiar, Angelo Simões, and didn’t ask about Germano Melchert, no one knew who them was.
What I can tell you is that my great-grandfather, Hermann Melchert was a physician and married Maria Catharina (Callsen) in Eckerford in 18/03/1840.
Maria Catharina was from Geltendorf / Schleswig – Holstein.
Hermann’s father was Joachin Johannes Melchert married to Philippine Friedericke (Hirschfeld) from Gettorf.
Maria Catharina’s father was Peter Christian Callsen married to Friedericke Augusta (Bächer).
Well, I think we are in the years 1700… If you happen to discover something else, please, let me know…
My best regards,
Glória.
De: k.doelger@....a Enviada em: domingo, 30 de outubro de 2011
14:49
Para: gloriamelchert@ ....
Assunto: Flemhude
Dear Mrs Gloria,
I was very Impressed, when I saw
the pictures of Flemhude Church You sent. Although I live in Ploen, I am
still a member of the lutheran community in Flemhude. So today I
went to Flemhude and took part in the Sunday service.
I passed by the house where Your grandfather had been
born about 100 metres before arriving at the
church.
Now I´ll try to answer the
questions: Until 1864/67 Holstein had been a duchy belonging to the German
Union (in German "Deutscher Bund") but being ruled by the King of Denmark.
The King of Denmark ruled Holstein and Denmark in a personal union. So
Your Grandfather had been born under the rule of a Danish Duke.
Until 1846 most people in Holstein were contented being ruled by the
Danish Duke. I suppose Your Greatgrandfather was very proud
being honoured with that decoration.
After 1846 there was a change of
disposition.Those speaking German turned to the
German nation, those speaking Danish to the Danish nation. The
situation became worse during the German national revolution
1848-1851. The German speaking people in Holstein went to war against their
Duke, the King of Denmark. The King won and suppressed the German
speaking people of Holstein. So, probably during the war 1848-1851
Your Greatgrandfather decided to leave Holstein. This period ended
when the Prussians took over after the war of 1864. In 1867 Holstein
became a province of Prussia.The Dannebrog is the name of the
danish flag.
Wilhelm Hirschfeld had been a
brother of Your Great Great Grandmother Philippine Melchert. But the
inheritance came from the banker Averhof,grand-uncle of Wilhelm and
Philippine Hischfeld. I read about banker Averhof that he had no children.
It would be very interesting to
meet you in Flemhude. The first two weeks in April I have not got to
work, so this could be a good occasion. During the second half of
April and May I probably can arrange to come to Flemhude in the
evening or at weekends.
p.s. I attach two photographs: the
oldest existing of Flemhude church of around 1880 and one of Wilhelm
Hirschfeld
Best wishes from Holstein
Karsten
Depois de muitos E-mails e dizer-lhe: pode chamar-me de Glória,...
Depois de muitos E-mails e dizer-lhe: pode chamar-me de Glória,...
DEAR KARSTEN,
I DON’T HAVE PHOTOS FROM MY
GREAT-GRANDFATHER.
MY FATHER, AUNTS (I NEW ONLY 3 OF THEM AND THE YOUNGER WAS 50 YEARS OLDER TAM ME!) AND MY UNCLE NEVER
TALKED ABOUT HIM. THEY WERE THE MOST KIND AND LOVING
PERSONS I EVER KNEW.
I THINK THAT WAS SOMETHING VERY
PAINFUL ABOUT THEM. MY GRANDFATHER HAD TO GO BY HIMSELF, AND HE WAS ONLY 12
YEARS OLD, TO SÃO PAULO TO WORK TO BUY HIS PASSAGE TO GERMANY TO FULFILL HIS
VOCATION TO BE A PHYSICIAN. WHEN A FATHER CAM HELP HIS SON AND DON’T
RESENTMENTS ARE CREATED. ANOTHER THING; MY FATHER WAS 22
WHEN HIS FATHER DIED, AND HE WAS 45 WHEN I WAS BORN. IT’S A LONG TIME…
MY GRANDFATHER’S HOUSE DOESN’T
EXIST ANY MORE, BUT I’M GOING TO SEND 2
ANNEXES WITH BUILDINGS FROM THAT
TIME AND NEAR WHERE HE LIVED IN.
ABOUT THE PHOTO I SENT TO YOU YES,
YOU CAN USE IT.
I DON’T HAVE SCANNER SO I INTEND TO
PHOTOGRAPH WHAT I HAVE AND HOPE IT
WORKS TO SEND TO YOU.
MY BEST WISHES FROM THE VERY HOT
CAMPINAS, THE CITY WHERE I LIVE,
GLÓRIA.
Depois de muitos E-mails e dizer-lhe: pode chamar-me de Glória,...
It is very interesting what you write about your Grandfather and Greatgrandfather, nearly unbelievable. But of course I do believe.
Thank you very much for the Photographs.
Is No 200 the Church your Grandfather attended?
And which one is the hospital he worked in No 165 or No 205?
Dear Gloria,
please have a look at www.unsere-schoene-gemeinde-quarnbek.de
page 17 and 18 is about Dr. Germano
Melchert
Best wishes
Karsten
C:\Users\Gloria\Documents\cronica, artigo traduções\DSC01486.JPG
----- Original Nachricht ----
Von: Glória <gloriamelchert@...
An:
k.doelger@...
Datum:
26.05.2012 21:28
Betreff: ENC: Documentos - Bisavô
Germano Melchert
Dear Karsten,
A cousin (2nd degree) of mine sent
some mails of the documents. Very late,
but you may have interest in them; there is one that I have no idea what is about,
it's in German. another, I think, is a letter from the Imperator Dom
Pedro 11 nominating Dr.Germano to an important function and the other is
his certificate. Isn't it amazing that we still have
all that? I'm going to send them to you in 3 mails.
My best wishes,
Glória.
Vários e-mails indo e vindo...
Dear Gloria,
It is a pity that you cannot come to
Flemhude by now, but may be you´ll succeed some time later.
I think it will be possible that you can
visit the house in Flemhude from inside. A friend of mine is the friend of the
owner and told me just yesterday, that you are invited to visit the house. All
the villagers read the little article about your grandfather and are very
interested in the story. The mayor of Quarnbek (Flemhude is a part of Quarnbek)
will give a welcome as well.
On Sunday I visited Steinwehr, about 15
Kilometer west of Flemhude. I am going to attach a foto to this mail. In 1844
Eduard Hirschfeld was the owner of Steinwehr. He has been the godfather of your
grandfather. Probably your grandfather visited this mansion.
Best wishes
Karsten
Sou do tempo em que estudávamos latim, mas como havia documentos em alemão pedi ajuda. Karsten enviou parte do diploma de medicina que está em latim.
The important passages of the diploma (in Latin) are cited:
Observação: "man and gentleman" com significado da época. Dr. Germano era Ritter - Cavalheiro - em Inglês Sir. ( atualmente Ritter é nome próprio e de marcas comerciais...)
Mansão que pertencia a Eduard Hirshfeld padrinho de Germano Melchert, provavelmente seu tio avô. |
Dear Gloria,
wonderful documents: I like the
translation of birth and baptization of your grandfather best. It is signed by
the priest of Flemhude, Reepen. The document in German tells that your
grandfather worked for a German life insurance.
In exchange I am going to send you a
copy of the original of the census of Holstein in 1845. The shows the
Melchert-family on the top of the list. Hermann melchert and his wife, Wilhelm,
older brother of your grandfather and then Hermann, your Grandfather. The
document tells that the family is living in the "Predigerwitwenhaus",
the house we are invited on July 3rd.
Best wishes
Karsten
Sou do tempo em que estudávamos latim, mas como havia documentos em alemão pedi ajuda. Karsten enviou parte do diploma de medicina que está em latim.
The important passages of the diploma (in Latin) are cited:
" (...) the prudent and scholary
man and gentleman Mr. Germano Melchert from Flemhude has been given the grade
of a medical doctor (Dr. med.) with all rights concerning after having been
examined and having written a dissertation "De Febre Puerperali"
[fever of a woman in childbed] ... Jan 27th 1872. [....]"
.....
Best wishes
Karsten
Observação: "man and gentleman" com significado da época. Dr. Germano era Ritter - Cavalheiro - em Inglês Sir. ( atualmente Ritter é nome próprio e de marcas comerciais...)
-----Mensagem original-----
De: k.doelger
Assunto: Flemhude
Assunto: Flemhude
Dear Gloria,
I have been in contact with the
burgomaster (mayor) of the village, Mr. Langer and I called Mrs. Vogt the owner
and inhabitant of the old house in Flemhude. Mr. Langer will go on holiday the
3rd of July. From 30st of June until 2nd of July he would be ready to meet you.
Mrs. Vogt said she would be glad to meet You any day from 30st of June until
9th of July. She told me to send her best wishes to You. So, in Flemhude everything seems to be
fixed and ready for your visit.
Best wishes from
Holstein in spring
Karsten
A cada e-mail de Karsten eu respondia. Como tive problemas aqui e ele teve muito trabalho a viagem foi sendo adiada......
Assunto: Aw: TRIP - KIEL
Abaixo tradução da crônica feita por gentilíssima Sra de 83 anos! Creio ser lindo deixar como ela fez! ( demorei muito para encontrar alguem "competente" para fazer essas traduções ).
A cada e-mail de Karsten eu respondia. Como tive problemas aqui e ele teve muito trabalho a viagem foi sendo adiada......
Dear Gloria,
I have been in contact with the
burgomaster (mayor) of the village, Mr. Langer and I called Mrs. Vogt the owner
and inhabitant of the old house in Flemhude. Mr. Langer will go on holiday the
3rd of July. From 30st of June until 2nd of July he would be ready to meet you.
Mrs. Vogt said she would be glad to meet You any day from 30st of June until
9th of July. She told me to send her best wishes to You.
So, in Flemhude everything seems to be
fixed and ready for your visit.
Best wishes from
Holstein in spring
Karsten
Assunto: Aw: TRIP - KIEL
Dear Gloria,
what a wonderful trip you are planning! ..................
We have an appointment with Mrs. Vogt in
Flemhude on Tuesday, July 3rd in the early afternoon. Is that o.k. for you? A
journalist from the Kiel Newspaper "Kieler Nachrichten" is interested
in your visit in Flemhude. Would you mind to meet him?
I wrote a mail to the mayor of
Flemhude/Quarnbek the other day, but he did not give me an answer right now. So
may be we have to cancel this.
So if you want to ask some more
question, please do!
Best wishes from Mrs. Vogt and myself
Karsten
Abaixo tradução da crônica feita por gentilíssima Sra de 83 anos! Creio ser lindo deixar como ela fez! ( demorei muito para encontrar alguem "competente" para fazer essas traduções ).
FINALMENTE NA ALEMANHA!
PLÖN (PLOEN)
Karsten foi buscar-me no hotel e levou-me para conhecer sua esposa, Heide, que nos esperava com muita simpatia e deliciosa torta de morangos, etc...! Levaram-me por um lindíssimo passeio, caminhando, pela encantadora cidadezinha onde vivem; Ploen.
Sr. e Sra Doelger em sua encantadora residência.
Plöner Schloss - Castelo de Ploen do século XVII, com vista para o grande lago. Foi o castelo de verão do rei da Dinamarca e residência de Duques de Holstein.


Em Ploen existem muitos lagos . Esse é o Grande Lago por onde caminhamos.

Como são charmosas e tranquilas as pequenas cidades do norte da Alemanha! Foi adorável conhece-las com essas pessoas tão especiais e do local!
Karsten foi verificar se a igrejinha estava aberta... Não estava...
GETTORF
Sr. e Sra Doelger em sua encantadora residência.
Plöner Schloss - Castelo de Ploen do século XVII, com vista para o grande lago. Foi o castelo de verão do rei da Dinamarca e residência de Duques de Holstein.
Em Ploen existem muitos lagos . Esse é o Grande Lago por onde caminhamos.
Heide em seu lindo jardim, cuidado por ela! |
Como são charmosas e tranquilas as pequenas cidades do norte da Alemanha! Foi adorável conhece-las com essas pessoas tão especiais e do local!
A noite oferecera-me jantar em lugar charmoso e acolhedor. |
Dia seguinte Karsten levou-me a um arquivo, onde colheu informações sobre meu tetra avô e outros
assuntos. Depois seguimos para Gettorf, para conhecer a igreja onde meu tetra avô, Peter Calsen, tocava órgão no século XVIII!!!!!!!!!!!
Gettorf e sua igreja. A torre um pouquinho torta!
Na placa a inscrição em alemão antigo: O diabo quis jogar essa pedra na igreja, mas Deus não deixou e só a torre ficou um pouquinho torta.
Imagem central. Muttergottes Des Marienaltares.
(Mãe de Deus O Altar de Maria)
|
Sem palavras!!! Essa viagem ao passado foi incrível! |
Foto da imagem central do altar feita a partir do livreto da Igreja de Gettorf und Schinkel. |
Pia Batismal... |
E Pulpito em madeira entalhada. |
Tudo autêntico! |
Conversamos bastante sobre diversos assuntos e tomamos ótimo cafezinho
na charmosa e traquila praça
|
FLEMHUDE!!!
Antes de irmos visitar a casa, a Sra Helga Reimer foi de Kiel para Flemhude abrir a igreja onde meu avô foi batizado. Que Sra. simpatica e gentil! Presenteou-me com a cruz de bronze, feita com o material que retiraram do telhado da igreja quando o mesmo foi consertado, nos anos de 1800 e com o pratinho de porcelana pintada.
Quantas surpresas! Numa bandeirinha no topo da torre da igreja consta:1766! Outra igreja Luterana com imagens!!!
Esplêndidos dias de início de verão!
Lindo vitral (deve ser novo) e afresco em uma das paredes.
Homens feudais açoitando São Sebastião (?).
Igrejinha simples, mas o altar é muito bonito e diferente. Pia onde meu ilustre avô foi batizado!
Ao lado com Helga no jardim da igreja.
O pratinho de porcelana pintado e
a cruz de bronze feita com o material
do telhado de quando teve que ser
trocado no século XIX.
Tocando a Pia Batismal! |
Com Helga, ao fundo uma das casas da arborizada Flemhude.
Detalhe de anjinhos carregando a cruz para o alto como que querendo livrar Jesus de seu martírio. Muito lindo esse Altar!
Na hora marcada a visita feita para conhecermos a linda e famosa casa! Calcula-se que a mesma tenha sido construída em meados de 1600 e tem nome!
"Predigerwitwenhaus"
difícil tradução:"A casa da viúva do pastor".
Havia uma viúva de um Pastor. A casa foi oferecida para ser sua residência, mas a senhora nunca morou lá.
Que pessoas bonitas e simpáticas! Parecia que já as conhecia ha muito tempo!
A esquerda Patrick, Carolina,Tobias Ruth Martina Vogt, Karsten e Elizabeth.
Com casa ao fundo toda a família e Sra. Elizabeth Hildebrandt, que ofertou-me um livro que escreveu sobre Flemhude.
A vila e a casa são lindas! |
Toda a vila com enormes antigas árvores. |
Depois do delicioso lanche caminhamos ao redor da casa que fica em enorme terreno.
Foto da casa que saiu em um calendário. Thorsten presenteou-me com ela! Que linda visita! Receberam-me com alegria e carinho! Ruth Martina Vogt,a mãe, Thorsten o pai, e os três filhos Tobias, Patrick e Carolina reservaram a tarde para ficarem comigo, Karsten e mais tarde o jornalista que entrevistou-me.
Quando partimos estavam todos esperando no portão para abanar as mãos em gesto muito carinhoso!
ABAIXO, O ARTIGO DO JORNALISTA SR. MÜLLER.
Fotos feitas do livro escrito por Elizabeth.
(observação: três idiomas; alemão, português,mas falamos em inglês... em certo lugar está escrito que no Brasil Hermann quis chamar Germano; naquela época faziam, obrigatoriamente, tradução dos nomes...)
EM KIEL
QUE SURPRESA ADORÁVEL! EDITH, QUE CONHECIA POE E-MAILS, VIAJOU COM SEU MARIDO OTTO DE HAMBURG PARA KIEL AFIM DE CONHECER-ME. (não pude convida-los para jantar, tinha mais um prazeroso compromisso.) |
Fizemos uma caminhada pela cidade.
O importante porto de Kiel e a cidade que foi totalmente reconstruída!
Tão perto das cidadezinhas que visitei!
Convidei Heide e Karsten para um jantar e fiquei feliz por aceitarem. Pedi que escolhessem um restaurante. Que lugar lindo com vista para o Canal de Kiel!
Canal de Kiel.
Tivemos nosso jantar apreciando os barcos e navios
passando.
Casa típica com suas roseiras ainda floridas nesse lindo verão. Ao voltar pegamos uma tempestade!!! Era minha última noite nessa região! Tivemos todos os dias lindos, com sol! |
Foi encantador!
Foi "mágico"!
Nunca imaginei que teria a sorte de encontrar todos esses lugares intactos depois da devastadora 2ª guerra mundial!
" Adorei os lugares, mas principalmente as pessoas!!!"
Demorei muito para incluir minha fantástica visita a esses lugares, mas como um amigo, Jorge Alves de Lima, escreveu dois volumes sobre Campinas onde, principalmente no 1º volume, meu avô teve bastante destaque arrumei tempo e coragem para tal.
Sou de antes da TV!!! Não é fácil para eu lidar com computador...colocar fotos, etc...
Muitas vezes o computador não me "obedece" e tudo muda de lugar sem meu comando, outras vezes faz o que quero sem que eu saiba por que...!!!
Meus agradecimentos a todos com quem tive contato nessa mágica viagem ao passado e a querida Esther que traduziu a Crônica e o Artigo!!!
Campinas, 29 de Janeiro de 2015.
Glória Melchert.
_________________________________________________________________________________
Em pleno século XXI o índice de analfabetos ainda é muito alto em nosso tão querido, “rico” e vilipendiado Brasil!
O objetivo deste pequeno trabalho é citar o bonito exemplo de um brasileiro (filho de alemães).
O objetivo deste pequeno trabalho é citar o bonito exemplo de um brasileiro (filho de alemães).
Muitas pessoas falam: “Se cada um de nos alfabetizássemos uma pessoa não teríamos mais analfabetos em nosso país!”
Hans não falava...fazia!
Décimo terceiro filho do benemérito médico e político Dr. Germano Melchert e D. Ana Eliza Catharina Melchert. Trabalhou em Santos com exportação e classificação de café, junto com seu cunhado João Teixeira.
Residiu em Sto André em uma linda chácara ao redor da qual formou uma pequena vila com pequenas chácaras e casas que ele mesmo projetava e construía com tijolos de uma olaria de sua propriedade.
Dessas casas uma era cedida à Prefeitura de Sto André para que nela funcionasse uma escola.
“As crianças deste local (Guarará) não podem ficar sem aprender a ler”. Dizia ele.
“As crianças deste local (Guarará) não podem ficar sem aprender a ler”. Dizia ele.
Quando ficou muito doente (demonstrando grande resignação e dignidade durante todo o tempo) e teve que vender uma de suas propriedades para tratamento, dizia: “Vendo qualquer um dos imóveis menos a escolinha!”
Mesmo muito doente administrava com todo cuidado seus bens deixando tudo na mais perfeita ordem quando sua hora chegou. Homem de grande consciência social e generosidade assim como o foi seu pai.(ver Dr. Germano Melchert).
Mesmo muito doente administrava com todo cuidado seus bens deixando tudo na mais perfeita ordem quando sua hora chegou. Homem de grande consciência social e generosidade assim como o foi seu pai.(ver Dr. Germano Melchert).
Inteligente,culto, (falava vários idiomas ) amoroso e bem humorado, era querido por seus amigos simples e pelos sofisticados, como os do “Grupo do Cravo”, (nos anos 50, 60...) composto por 23 senhores da sociedade de Campinas, do qual fazia parte. ( ou teria organizado?)
Sendo muito ativo, seus hobbies eram: fotografia (máquina Voigtländer 6 X 6 - objetiva Karl Weiss), marcenaria, entalhe em madeira, jardinagem, fruticultura e principalmente literatura.
Hans Melchert era extremamente ético e modesto. Jamais criticou alguma pessoa, no sentido negativo, por pior que essa pudesse ser, assim como jamais comentou sobre suas nobres atitudes. Para ele o importante era ter caráter e não o que pudessem pensar dele.
Ajudou muitas famílias, proporcionando a essas melhores condições de vida, nada esperando em retorno, tendo a coragem e paciência para suportar a ingratidão de alguns, sem nunca falar a respeito do bem que havia feito, nem das ingratidões sofridas.
“Quem não tem a capacidade do sentimento de gratidão tem o sentimento oposto que é o da inveja e tenta denegrir no outro o que jamais conseguirá ser”. (autor desconhecido)
A pessoa que não tem o sentimento de gratidão é indigna e a que denigre seu benfeitor é inqualificável!
É incontável o número de pessoas que foram beneficiadas por ele. Os bons exemplos devem ser citados na esperança de que sejam seguidos.
Nasceu em Campinas no dia 05/04/1897 e quando faleceu em 10/11/1969, em Campinas cidade onde nasceu e voltou a residir em 1951, deixou a escolinha ainda em atividade.
Desde 7 de junho de 2001 Hans Melchert dá nome a uma rua no bairro residencial Jardim São José, Campinas, S.P.
Minha Gratidão ao Dr. Romeu Santini que por seu intermédio pude homenagear meu pai.
Glória Melchert. Campinas, agosto de 2006.
_________________________________________________________________________________
Ciclovia
André Melchert Faber Schmutzler
Campinas
André Melchert Faber Schmutzler
Campinas
Jovem de honra e coragem,
que deixa muita saudade,
e que jamais abriu mão
de seus princípios.
Provou ser incorruptível.
Tudo que André queria era trabalhar no que escolheu. Faltava horas de voo para ele conseguir um emprego... Sua formação proficional não foi complementada! André foi trabalhar para completar as horas de voo onde conseguiu. |
Glória Melchert
ANDRÉ, SEGUNDO SEU IRMÃO LUIS, "CONHECEU O LIMITE DO IDEALISMO".Nascido em Campinas no dia 14 de junho de 1966.
Filho de Luis Otto.Faber Schmutzler e Glória Melchert.
Estudou no Colégio Notre Dame e freqüentou a Escola Americana de Rotterdam de 7 (sete) a 9 (nove) anos de idade.
Aos 19 (dezenove) anos foi para os Estados Unidos onde fez curso para piloto comercial. Curso esse de nível universitário lá nos Estados Unidos. André era considerado o mascote da classe. O aluno mais novo tinha 24 (vinte e quatro) ou 25 (vinte e cinco) anos.
Terminou em apenas 7 (sete) meses esse curso que tem 2 (dois) anos de duração. Foi tão brilhante e bem aceito pela cidade que o acolheu, Greeley no Colorado, que um jornalista escreveu em um jornal local a seu respeito.
Voltando ao Brasil foi co-piloto e logo em seguida comandante de um mitsubishi de pessoas da maior importância e respeitabilidade.
Quando por ocasião da venda do mesmo ficou desempregado, procurou trabalho em Brasília, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, e nada conseguindo, talvez por ser muito jovem ou por não ter tido ninguém que o ajudasse ou indicasse, coisa muito comum nessa época.
Nessa ocasião iria, junto com sua mãe, abrir uma agência de propaganda aérea. “Desafio propaganda aérea”.
Quando estavam para comprar um avião, com as economias de ambos, veio um dos planos surpresa do então presidente do Brasil Sr. José Sarney, plano esse que solapou 40% (quarenta) da poupança dos então sofridos brasileiros e de um dia para o outro o sonho desse jovem de 22 (vinte e dois) anos caiu por terra.
Foi então ser piloto de garimpo onde provou ter herdado e aprendido a ter consciência social e cívica, generosidade, fibra, integridade de seu avô Hans Melchert e de seu bisavô Germano Melchert.
Em Boa Vista, Roraima, onde ele não possuía automóvel, cidade espalhada com farmácias distantes umas das outras, André nunca deixou de comprar os remédios que os índios lhe pediam, nem deixava de transportar garimpeiros que queriam voltar dos garimpos e não podiam pagar transporte.
Apaixonado por seu país e grato pelo país que o acolheu tão bem, carregava em sua mochila uma bandeirinha do Brasil e abaixo dessa, outra dos Estados Unidos. Hábito adquirido por ele quando residia naquele país.
André apreciava esportes tendo deixado medalhas de ciclismo, pára-quedismo e vela.
Numa ocasião foi com seu irmão Luis de bicicleta de São José dos Campos até o Rio de Janeiro.
Jovem especial, querido por todos que o conheceram, sabia ser gentil sendo um forte e destemido exemplo a ser seguido principalmente por sua integridade. Lembrado com amor e saudade por todos que tiveram o privilégio de o conhecer.
Faleceu aos 24 (vinte e quatro) anos em 15 de setembro de 1990 em Alto Alegre, Roraima, no dia em que estaria voltando definitivamente para sua cidade natal.
Teve uma vida curta, porém muito rica, intensa e digna.
Glória Melchert
Segundo Lord Crawford: "Se os bons tivessem a ousadia dos canalhas o mundo seria bem melhor". Porém, invertendo o sentido da frase pode-se dizer: "Se os canalhas não enganassem os justos com seus falsos atos de bondade o mundo seria bem melhor".
Algumas considerações complementares que não foram relatadas à prefeitura.
André estava trabalhando num lugar tão perigoso, não tanto pelas doenças ou pistas precárias mas, pelos tipos de pessoas que lá atuavam. Chegaram, por várias vezes, a oferecer a ele US$50.000,00 para que ele fizesse uma viagem de cocaína. Tentando se defender desses bandidos André dizia: “Não tenho nada a ver com o que vocês fazem, mas quero ganhar meu dinheiro do meu modo.”
Trabalhou duramente pois não possuía recursos para pagar pessoas para carregar seu avião.
Sempre bem humorado dizia: “Em Campinas eu pagava academia para fazer musculação, aqui eu me exercito trabalhando!”
André pretendia escrever um livro denúncia sobre o que estava acontecendo por lá e junto com seu irmão Luis, que estava cursando engenharia química, pretendiam desenvolver um destilador portátil para mercúrio evitando a grave poluição ambiental e protegendo a saúde de todos.
Essas considerações servem para mostrar o caráter incorruptível desse jovem que preferiu passar por privações a vender sua alma, pois ele considerava um crime imperdoável que destruía não só um ou alguns, mas as famílias dos usuários.
É verdade que sua mãe implorou para que ele não fosse para lá. Mas esse jovem determinado não abriu mão de seu propósito, nem de sua dignidade, mostrando também o quanto era generoso. Muitas pessoas não estavam pagando pelo trabalho que ele lhes havia prestado. Quando sua mãe esteve em Boa Vista, Roraima, comentou: "...Mãe, eu poderia ir nas casas deles e retirar microondas, vídeos, T Vs, rádios, etc... em pagamento pelo trabalho prestado, coisas que eu não tenho aqui, mas sei que será muito difícil para eles comprarem novamente e fico com muita pena, eles trabalham tão duramente, e eu vou poder comprar...".
André faleceu de acidente aéreo e é enorme a suspeita de que seu avião tenha sido sabotado.
Ciclovia André Melchert Faber Schmutzler

LEI Nº 10.279 DE 20 OUTUBRO DE 1999
LEI Nº 10.279 DE 20 OUTUBRO DE 1999
Denomina André Melchert Faber Schmutzler Uma Ciclovia do Municipio de Campinas
A Camara Municipal aprovou e eu, Prefeito do Municipio de Campinas sanciono e promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º - Fica denominada Ciclovia André Melchert Faber Schmutzler, a ciclovia traçada nas vias: Avenida Dr. Heitor Penteado, Avenida Dr. Alfredo Maia Bonato e em parte da avenida Almeida Garret, todas envolvidas no contorno do Parque Taquaral.
Artigo 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada as disposições em contrário.
Artigo 1º - Fica denominada Ciclovia André Melchert Faber Schmutzler, a ciclovia traçada nas vias: Avenida Dr. Heitor Penteado, Avenida Dr. Alfredo Maia Bonato e em parte da avenida Almeida Garret, todas envolvidas no contorno do Parque Taquaral.
Artigo 2º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogada as disposições em contrário.
Paço Municipal, 20 de outubro de 1999
FRANCISCO AMARAL
prefeito Municipal
FRANCISCO AMARAL
prefeito Municipal
Autoria: Romeu Santini
PROTOCOLO P.M.C Nº 73.136-98
Abaixo é possível visualizar o mapa e fotos da lagoa do taquaral e da ciclovia.
Jornal Platte Valley VOICE, Kershey, Colo.
Quinta feira, 29 de maio de 1985
UMA EXTENSÃO: Graças a Don Hoff, um advogado da cidade, (que algumas vezes lê o VOICE) e a sua adorável mulher e filhos, nós tivemos uma oportunidade de estender nossa . recente viagem ao Brasil. Mary Hoff é uma professora de língua estrangeira, ou era até que decidir tornar-se mãe e dona de casa em tempo integral, com a chegada do terceiro pequeno Hoff . Ela passou uma temporada na América do Sul, em Portugal e Espanha enquanto completava seus estudos. Em algum lugar ao longo de suas viagens os Hoffs conheceram alguns brasileiros.
Recentemente um jovem de 19 anos de família brasileira chegou a Greeley para conseguir sua licença comercial de piloto. Então os Hoffs ofereceram um churrasco para ele e nós fomos convidados.
Se este jovem é um bom representante de seus compatriotas, é sinal de que eles estão educando certo suas crianças no Brasil.
Ele não é apenas um piloto, é um pára-quedista com crédito de 86 saltos.
Após conseguir sua licença comercial ele gostaria de encontrar trabalho aqui por uns 2 anos. “Eu poderia então voar em qualquer lugar do mundo”. Ou então ele retornará para casa para voar em uma companhia aérea brasileira.
Para um rapaz de 19 anos o jovem nos pareceu surpreendentemente maduro. Ele mostrou muito conhecimento sobre seu país, sua política e suas esperanças. Tinha também um excelente domínio do Inglês, o que é exigido nas escolas brasileiras e deve ser comprovado
|
satisfatoriamente para obtenção do diploma de colegial, ele nos contou.
Alguns outros fatos e opiniões que nós ficamos sabendo: Há muita plantação de cana-de-açúcar no Brasil. Você pode dirigir por milhas dentro de um “vale” verde de plantação de cana-de-açúcar em ambos os lados; apenas os muito ricos têm carros japoneses (o país cobra uma taxa de importação de 300%) - os japoneses não tem, até agora, uma linha de montagem de automóveis no Brasil. Os EUA têm. Os Alemães também (especialmente) assim como os franceses e talvez outros.
O governo militar foi deposto (após 20 anos) porque começou a pegar pesado. Ênfase demais nas grandes obras, as hidro-elétricas (a maior do mundo) “de que não precisamos”; energia nuclear “de que não precisamos”. Tudo grande, grande, grande, “de que não precisamos enquanto tantas pessoas estão com fome.” - Parece familiar ?
Se entendemos corretamente, foi o desgaste, e não uma revolução o que levou o governo do Brasil a voltar a ser uma democracia. Representantes eleitos começaram, aos poucos, a afastar o Brasil do pulso firme do controle militar. Foi uma revolução sem derramamento de sangue.
O governo atual (Democracia) tem duas metas principais. Primeiramente, acabar com a inflação, que chegou a 400%, e
|
depois desenvolver a educação.
O Brasil se tornará um país comunista? “Sem chances” E nós imaginamos que ele houvesse respondido sem pensar, mas ele se adiantou.
“Por que? Porque o Brasil precisa da “ajuda” dos EUA. E em seguida ele refez a resposta: “precisa ajudar-nos a nos ajudar.” O Brasil tem uma das maiores dívidas externas do ocidente.
A influência americana é sentida no hemisfério sul? Pode acreditar que sim.
“Se um país diz que não será comunista voces dão apoio, qualquer que seja o tipo de governo incluindo o ditatorial. Algumas vezes isto é ruim para o povo.”
Qual a diferença entre capitalismo e comunismo?
Nós não perguntamos. Ele nos disse.
“Os Capitalistas dizem ‘juntem-se a nós e ganhem dinheiro’; os comunistas dizem ‘juntem-se a nós e tenham o que comer’.”
É muito simplista - mas basicamente verdadeiro. Temos pensado muito no que ele nos disse.
(obs: lembrar que os brasileiros estavam com muita esperança de terem bons governos naquela época logo depois do regime ditatorial e André nem sabia que o senhor com quem conversava era repórter). |
Veja abaixo o original.
Carta enviada à Glória(mãe) e Luis(irmão)
26 de janeiro de 1991
Caros Glória e Luis,
Fiquei chocada e profundamente triste ao saber de sua trágica perda. André era, sem sombra de dúvida, o melhor rapaz que tive a honra de conhecer. Acho que todos que o conheceram sentiram-se da mesma forma. Lembro-me de que certa vez fizemos para ele um churrasco no jardim de nossa casa (uma espécie de piquenique). Duas das pessoas convidadas tinham um jornal local e, logo após o piquenique, escreveram um longo artigo sobre o encontro com André. Eles acharam que o Brasil certamente teria um futuro brilhante, tendo jovens como André.
André foi parte muito especial de nossas vidas enquanto esteve aqui; enriqueceu-nos com seu charme e calor humano. Nós passamos a amá-lo e esperávamos que nossos caminhos se encontrassem novamente.
Estou sinceramente pesarosa por ter aumentado seu sofrimento com a chegada de minha carta em Janeiro.
Não há palavras minhas que possam minimizar sua dor, mas se há algum conforto em saber que outros compartilham dessa dor, por favor, estejam certos de que sofremos com vocês, e de que André estará sempre conosco, em nossos corações e memórias.
Sinceramente, Mary, Don, Sarah, David e Laura _________________________________________________ A carta acima foi transcrita para comprovar que o jovem brasileiro citado pelo jornalista era realmente André.
Veja abaixo a carta original.
|
Minha eterna gratidão ao Dr. Romeu Santini que tornou possível essa linda homenagem que pude fazer ao meu filho dando seu nome ao mais bonito e procurado lugar de lazer desta cidade.
Campinas, junho de 2006.
Atualizações feitas em janeiro de 2009.
Mesmo trabalhando em lugar tão perigoso e tão distante André sempre ia a São Paulo, semestralmente, para fazer os exames de saúde. Certa vez, meio constrangido, falou: Mãe, quando eu ia entrando para fazer os exames o Capitão Médico falou:"Lá vem o cavalo de raça", tal era sua perfeição física e psicológica.
Uns 3 meses apos o fatal desastre um Sr. Comandante Rodolfo telefonou-me para oferecer um excelente trabalho ao André.
P.S. Quando fiz estes trabalhos contratei um jovem, Heitor, que dava aulas de computação numa instituição, para colocar os mesmos neste blog. Ele cometeu muitos erros de gramatica, ortografia e até de datas... Tinha que, a cada erro que verificava, telefonar para ele e esperar que fossem feitas as correções...
Exausta, acabei deixando como está. Creio que o mais importante é o conteúdo.
- _____________________________________________________